O Programa Farmácia Popular — política pública que subsidia medicamentos para doenças crônicas e comuns — apresenta um crescimento significativo nas grandes redes de farmácias.
Segundo estudo apresentado no evento Outlook 2025 da consultoria Close‑Up International, o valor comercial associado ao programa nas redes varejistas cresceu 31,8% entre o MAT 08/24 e o MAT 08/25, enquanto o volume aumentou aproximadamente 9% no mesmo período.
No recorte específico das grandes redes representadas pela Abrafarma, o crescimento foi ainda mais expressivo: 38,4% em valor e 14,1% em unidades. O programa, que já cobre cerca de 86% dos municípios e 97% da população brasileira, segundo dados da consultoria, agora reforça não apenas o acesso à saúde, mas também gera oportunidade de negócio para varejistas de perfil premium ou super-premium.
Por que esse crescimento importa?
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Aumento da capilaridade e presença do programa em grandes redes amplia o acesso à população e fortalece o canal varejista.
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Para o varejo farmacêutico, o crescimento do programa representa oportunidade de escala, fidelização de clientes e incremento das vendas subsidiadas.
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O dado indica que o modelo do programa está se tornando parte estratégica da operação das grandes redes, e não apenas uma ação pontual de política pública.
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Mas também impõe desafios: as redes devem adequar processos — como credenciamento, controle técnico, entregas, logística e conformidade — já que o programa envolve subsídios, obrigações regulatórias e auditorias.
Quais os desafios para redes e independentes?
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Redes independentes ou de menor porte precisam avaliar se estão aproveitando esse crescimento ou se estão sendo ultrapassadas por grandes redes.
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A escala e a eficiência logística das grandes redes podem reduzir margens para os menores.
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É necessário investir em processos internos, gestão de contratos com o programa, capacitação técnica e monitoramento regulatório.
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Também há que se considerar o impacto da participação no programa no mix de produtos, estoque, treinamentos e expectativas de clientes.
Conclusão
O crescimento da penetração do Programa Farmácia Popular nas grandes redes reforça a relevância do canal farma para políticas públicas e para o mercado privado. Aquele que souber adaptar-se a esse movimento — estruturando operações, garantindo conformidade e capturando valor — estará à frente. Os independentes, por sua vez, devem monitorar de perto para não ficarem para trás.