Blog Farmácia Postado no dia: 8 dezembro, 2025

Anvisa prorroga prazo de adequação para fabricantes de suplementos até setembro de 2026

O que motivou a prorrogação e o contexto regulatório

A Anvisa decidiu prorrogar o prazo de adequação das fabricantes de suplementos alimentares, mudando o vencimento para 1º de setembro de 2026
A medida ocorre em um momento em que o setor enfrenta dificuldades: até julho de 2025, cerca de 65% dos produtos avaliados foram reprovados, devido a substâncias proibidas, concentrações acima permitidas ou ausência de estudos de qualidade e estabilidade. 
A prorrogação foi concedida após pedidos de entidades representativas do setor, que apontaram os desafios técnicos e práticos para cumprir os novos requisitos regulamentares.

O que muda com o novo cronograma para o setor

Com a extensão do prazo até 2026, fabricantes e importadores ganham tempo para:

  • adaptar formulações;

  • realizar estudos de estabilidade exigidos;

  • adequar rotulagem e documentação técnica;

  • ajustar linhas de produção e logística;

  • garantir conformidade regulatória sem desabastecimento.

Para os consumidores, a decisão traz efeito duplo: por um lado, há possibilidade de manutenção da oferta de suplementos conhecidos; por outro, a prorrogação reforça que a comercialização desses produtos dependerá de adequação regulatória, com foco em qualidade, segurança e rastreabilidade.

Novas regras regulatórias para suplementos: o que permanece exigido

A nova regulamentação, introduzida pela RDC 843/2024, exige que suplementos alimentares sejam notificados previamente à Anvisa, com documentação técnica, estudos de estabilidade e rotulagem adequada.
Caso a empresa não atenda esses requisitos dentro do prazo, os produtos poderão ser considerados irregulares, sujeitos a penalidades sanitárias.

A prorrogação não altera os requisitos: apenas amplia o prazo de adaptação. Isso significa que os fabricantes devem aproveitar o tempo extra para estruturar a conformidade, evitando risco regulatório e preservando a segurança dos consumidores.

Desafios e riscos para quem não se adequar ou agir com negligência

Apesar da prorrogação, o histórico de reprovação revela fragilidades sérias no setor: uso de compostos proibidos, ausência de documentação técnica, falha em estudos de estabilidade e irregularidades de rotulagem, fatores que já resultaram em recall e proibições de venda. 
Empresas que não se adequarem dentro do novo prazo correm risco de enfrentar penalidades sanitárias, apreensão de produtos e perda de credibilidade. Para o consumidor, o risco é de adquirir suplementos de baixa qualidade ou potencialmente perigosos.

Por que a prorrogação representa uma oportunidade estratégica

Apesar do impacto regulatório, a extensão do prazo pode ser vista como uma oportunidade para o setor:

  • empresas comprometidas terão tempo para estruturar portfólio com rigidez técnica;

  • poderão se diferenciar no mercado oferecendo produtos seguros e regulados;

  • evitam rupturas de estoque e prejuízos financeiros em curto prazo;

  • e fomentam maior credibilidade e confiança junto a consumidores e distribuidores.

Para quem está disposto a investir em conformidade, a regulamentação pode se transformar em vantagem competitiva.