Blog Farmácia Postado no dia: 24 setembro, 2025

Especialistas rebatem ligação entre paracetamol e autismo

Uma declaração recente do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a acender debates públicos sobre a segurança do uso de medicamentos durante a gestação. Trump sugeriu, sem embasamento científico, que haveria uma possível ligação entre o uso de paracetamol (acetaminofeno) durante a gravidez e o desenvolvimento de autismo em crianças.

A fala repercutiu globalmente, mas foi imediatamente rebatida por especialistas da área da saúde e entidades reguladoras. O Conselho Federal de Farmácia (CFF) publicou uma nota oficial reforçando que não há evidências científicas sólidas que sustentem essa relação causal. De acordo com a entidade, o paracetamol continua sendo uma das opções mais seguras e recomendadas para o tratamento de dor leve a moderada e febre, inclusive durante a gestação — desde que utilizado conforme as orientações médicas.

O que dizem os especialistas?

Diversas organizações de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA), também reiteram que o uso racional e controlado do paracetamol durante a gravidez é seguro. Estudos que levantaram hipóteses sobre possíveis riscos não demonstraram evidência suficiente para modificar as diretrizes clínicas atuais.

Além disso, especialistas alertam para os riscos da desinformação: afirmações infundadas podem causar medo desnecessário, descontinuar tratamentos eficazes e até provocar consequências mais graves, como o uso indevido de alternativas menos seguras.

A ciência é clara: não existe, até o momento, comprovação de que o paracetamol cause autismo. Seu uso permanece respaldado por décadas de evidências clínicas, desde que prescrito de forma adequada. O posicionamento do CFF reforça o compromisso da profissão farmacêutica com a informação responsável, a saúde pública e o combate à desinformação.