Blog Farmácia Postado no dia: 29 outubro, 2025

Fechamento de farmácias ultrapassa 10 % pela 1ª vez no Brasil

Fechamento de farmácias ultrapassa 10 % pela primeira vez — alerta no varejo farmacêutico

Pela primeira vez no mercado brasileiro, o índice de fechamento de farmácias ultrapassou a marca de 10 % do total das unidades que atuavam nos últimos três anos. Conforme dados da consultoria Close‑Up International relativos aos 12 meses até agosto de 2025, constatou-se que 10.766 pontos de venda encerraram operações nesse período.

Os números trazem preocupação, em especial para o setor independente e para pequenas e médias redes: dessas unidades fechadas, 94 % pertenciam aos segmentos independentes ou de pequeno porte.

🔍 Fatores que explicam o movimento

  • Enquanto o faturamento total do varejo farmacêutico avançou 12,1 % (atingindo cerca de R$ 233,4 bilhões) no mesmo período, o crescimento ficou concentrado nas grandes redes e no associativismo; as independentes registraram crescimento entre apenas 5,5 % e 7 %.

  • A inadimplência das famílias atingiu 30,5 % em setembro de 2025 — o maior índice desde 2010 — afetando diretamente o consumo e a dinâmica de compra nas farmácias de bairro.

  • A capilaridade e competitividade permitem às grandes redes e ao associativismo sobrevivência mais eficiente, enquanto as independentes enfrentam custos fixos altos, menores economias de escala e margens reduzidas.

📌 Consequências para o setor

  • Redução da oferta e cobertura de farmácias em localidades menores, podendo afetar o acesso a medicamentos e serviços farmacêuticos.

  • Pressão para consolidação ou encerramento de negócios independentes, fomentando fusões, aquisições ou abandono de operações em cidades pequenas.

  • Aumento do risco para novos empreendimentos farmacêuticos em regiões com saturação ou desafios econômicos locais.

🧭 O que fazer para mitigar riscos

  • Farmaciais independentes devem mapear os principais indicadores de desempenho (volume, margem, rotatividade, inadimplência) e comparar com benchmarks do mercado.

  • Avaliar parcerias ou modelo associativista para ganhar escala, reduzir custos e melhorar acesso a melhores condições comerciais.

  • Investir em diferenciação de serviços, como atendimento clínico, serviços farmacêuticos, fidelização e experiência digital, para fugir da concorrência acirrada.

  • Planejar contingências para o cenário de consumo fragilizado e inadimplente, considerando estoques, promoções e cash‐flow mais apertado.