Fechamento de farmácias ultrapassa 10 % pela primeira vez — alerta no varejo farmacêutico
Pela primeira vez no mercado brasileiro, o índice de fechamento de farmácias ultrapassou a marca de 10 % do total das unidades que atuavam nos últimos três anos. Conforme dados da consultoria Close‑Up International relativos aos 12 meses até agosto de 2025, constatou-se que 10.766 pontos de venda encerraram operações nesse período.
Os números trazem preocupação, em especial para o setor independente e para pequenas e médias redes: dessas unidades fechadas, 94 % pertenciam aos segmentos independentes ou de pequeno porte.
🔍 Fatores que explicam o movimento
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Enquanto o faturamento total do varejo farmacêutico avançou 12,1 % (atingindo cerca de R$ 233,4 bilhões) no mesmo período, o crescimento ficou concentrado nas grandes redes e no associativismo; as independentes registraram crescimento entre apenas 5,5 % e 7 %.
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A inadimplência das famílias atingiu 30,5 % em setembro de 2025 — o maior índice desde 2010 — afetando diretamente o consumo e a dinâmica de compra nas farmácias de bairro.
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A capilaridade e competitividade permitem às grandes redes e ao associativismo sobrevivência mais eficiente, enquanto as independentes enfrentam custos fixos altos, menores economias de escala e margens reduzidas.
📌 Consequências para o setor
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Redução da oferta e cobertura de farmácias em localidades menores, podendo afetar o acesso a medicamentos e serviços farmacêuticos.
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Pressão para consolidação ou encerramento de negócios independentes, fomentando fusões, aquisições ou abandono de operações em cidades pequenas.
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Aumento do risco para novos empreendimentos farmacêuticos em regiões com saturação ou desafios econômicos locais.
🧭 O que fazer para mitigar riscos
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Farmaciais independentes devem mapear os principais indicadores de desempenho (volume, margem, rotatividade, inadimplência) e comparar com benchmarks do mercado.
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Avaliar parcerias ou modelo associativista para ganhar escala, reduzir custos e melhorar acesso a melhores condições comerciais.
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Investir em diferenciação de serviços, como atendimento clínico, serviços farmacêuticos, fidelização e experiência digital, para fugir da concorrência acirrada.
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Planejar contingências para o cenário de consumo fragilizado e inadimplente, considerando estoques, promoções e cash‐flow mais apertado.