Blog Farmácia Postado no dia: 12 setembro, 2017

Hormônio que induz sono faz sucesso nas farmácias de manipulação

Vinte e quatro horas sem um único cochilo. Desde a época da escola, a produtora editorial Paula Drummond, de 24 anos, tem dificuldade para dormir, e, com o tempo, o problema só se agravou. Para conseguir cerrar os olhos e acordar a tempo de chegar à faculdade, ela passou a tomar remédios contra alergias e enjoo. Isso porque eles induziam ao sono como efeito colateral. Ciente das outras sequelas que essas medicações poderiam acarretar, Paula decidiu experimentar a melatonina, muito mais conhecida pelos benefícios estéticos, devido às propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Na verdade, trata-se de um hormônio produzido na glândula pineal, localizada no cérebro, que tem o poder de sincronizar o ritmo do organismo, desencadeando a sensação de sonolência no período noturno. “Não lembro a última vez que virei uma noite em claro. E agora consigo até mesmo dormir todo dia no mesmo horário”, revela ela, que importa a substância há mais de um ano do exterior e toma uma cápsula diariamente depois do jantar.

Liberada nos Estados Unidos, a melatonina tornou-se tão popular no tratamento da insônia que já é utilizada por mais de 3 milhões de pessoas, de acordo com o National Center for Complementary and Integrative Health. Por aqui, ainda não há medicamento com esse princípio ativo registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A própria legislação do órgão, no entanto, permite o consumo e a importação do hormônio para uso pessoal mediante indicação médica. Com isso, desde outubro do ano passado a Justiça Federal liberou a importação da substância também pelas farmácias de manipulação brasileiras, popularizando seu emprego no combate aos distúrbios do sono, que atingem mais de 73 milhões de pessoas, segundo dados da Associação Brasileira do Sono. “A vantagem é que ela é bem mais potente que os outros calmantes fitoterápicos mas não atinge o fígado nem provoca os efeitos colaterais de remédios controlados”, explica o endocrinologista Pedro Assed.

Fonte: Veja Rio