Blog Farmácia Postado no dia: 23 outubro, 2025

Nova tributação de ICMS pode encarecer medicamentos em Minas Gerais

Um decreto publicado pelo governo de Minas Gerais no fim de setembro alterou a forma de cálculo do imposto sobre circulação (ICMS) aplicado aos medicamentos, o que pode resultar em aumento de preços tanto para o varejo farmacêutico quanto para o consumidor final.

Atualmente, os medicamentos em Minas são tributados via regime de substituição tributária (ST), calculado pela Margem de Valor Agregado (MVA) — que estima a diferença entre o preço de saída da indústria e o preço ao consumidor.

Com o novo Decreto nº 49.107/2025, assinado pelo governador Romeu Zema, passa-a a valer uma hierarquia de bases de cálculo:

  1. Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF) — definido por portaria subsequente.

  2. Na ausência de PMPF, será usado o Preço Máximo ao Consumidor (PMC) fixado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).

  3. Na falta dos dois primeiros, valores definidos por entidades representativas do setor.

  4. Apenas em último caso, será aplicada a MVA.

Quais os riscos?

  • A base de cálculo pode ficar superior ao preço real de mercado praticado, prejudicando farmácias, sobretudo as menores.

  • Promoções, descontos e preços competitivos podem se tornar inviáveis se os valores referenciais forem acima da média.

  • O custo adicional de imposto recolhido pode ser repassado ao consumidor, levando ao encarecimento dos medicamentos.

  • Há risco de judicialização, pois o cálculo do PMPF exige transparência quanto à coleta de preços, amostra, período, natureza dos descontos, entre outros.

O que fazer?

  • Farmácias precisam rever precificação, custos tributários e preparar cadeia de compliance tributário.

  • Monitorar publicações e portarias estaduais sobre o PMPF e valores de referência.

  • Avaliar os impactos no mix de produtos, promoções e estratégias comerciais.

  • Considerar assessoria tributária especializada para questionar metodologias distorcidas ou tratamentos desiguais.

Conclusão

A mudança em Minas Gerais evidencia como a tributação estadual pode afetar o mercado farmacêutico e a acessibilidade dos medicamentos. Estar preparado e informado será essencial para mitigar impactos e garantir competitividade e sustentabilidade no setor.