Blog Farmácia Postado no dia: 5 dezembro, 2025

SUS oferecerá teleatendimento em saúde mental para viciados em apostas (“Bets”) a partir de 2026

Contexto e a necessidade da iniciativa

Os jogos e apostas online, popularmente chamadas de “bets”, têm crescido expressivamente no Brasil e, junto com o aumento de usuários, também aumentaram os casos de problemas relacionados à saúde mental e financeira. Um estudo recente estimou que os danos econômicos e sociais provocados pelas apostas superem R$ 38,8 bilhões ao ano
Diante desse cenário, o governo federal adotou uma série de ações para prevenção e cuidado: entre elas, a oferta de teleatendimento especializado pelo SUS para pessoas com transtornos relacionados a apostas eletrônicas, visando reduzir barreiras de acesso ao tratamento.

O que muda a partir de 2026

A partir de fevereiro de 2026, o SUS passará a oferecer atendimentos online em saúde mental voltados a pessoas com problemas relacionados a jogos de apostas. Essa assistência será prestada via telessaúde, conforme acordo firmado entre os ministérios da Saúde e da Fazenda. 
Inicialmente, estão previstos 450 atendimentos por mês, com possibilidade de ampliação conforme a demanda. O atendimento online será integrado à rede pública, com encaminhamento para serviços presenciais quando necessário.

Outras medidas complementares: autoexclusão e monitoramento

Além da telessaúde, será disponibilizada uma plataforma de autoexclusão, pela qual o apostador poderá bloquear seu CPF para impedir novos cadastros em sites de apostas e cessar o recebimento de publicidade dessas empresas. A ferramenta estará disponível a partir de 10 de dezembro.
Também será criado o Observatório Brasil Saúde e Apostas Eletrônicas, um canal permanente de cooperação entre os ministérios para troca de dados e identificação de casos de compulsão, permitindo intervenção precoce e apoio sanitário.

Importância para a saúde pública e a sociedade

O teleatendimento representa um avanço importante para reduzir barreiras de acesso: permite acolhimento de pessoas que, por diferentes razões (estigma, localização, mobilidade), dificilmente procurariam atendimento presencial.
Considerando o potencial de danos associados à compulsão por apostas, como endividamento, problemas familiares, depressão, ansiedade e risco de suicídio, a iniciativa pode salvar vidas e reduzir impacto social e econômico. Estudos já apontam o jogo problemático como fator de prejuízos significativos à saúde mental e bem-estar da população.